sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Parece que foi ontem...

Em meio a tantas chuvas em São Paulo, por causa dela, fiquei parada no metrô durante 3 horas e meia. Um verdadeiro caos. Um caos absoluto, na verdade. Contando, parece irreal, mas eu vi mais ou menos, naquele dia, umas 500 mil pessoas. Sério! ( Se não for isso, meu senso matemático nunca foi bom mesmo ).

Dessas 500 mil pessoas, eu vi duas conhecidas e não deu pra conversar, óbvio. Era salve-se quem puder.

E essas duas pessoas me fizeram pensar. Eu já tenho quase 25 anos.

A primeira era uma menina que crescemos juntas. A mãe dela era amiga da minha, trabalhavam juntas e nós sempre nos víamos. Como o ambiente de trabalho era uma escola, nas horas vagas, nós brincávamos e brigávamos também. Muito. Talvez, eu não gostasse muito dela. Talvez, sim.

Só sei que depois que crescemos, a gente perdeu o contato e nunca fizemos nada pra procurar uma a outra. Simples assim.

Nem com o Twitter, nem com Orkut ou qualquer parafernália dessas. A gente se viu na plataforma do metrô. Um "oi" e "tchau" foi o suficiente pra manter a diplomacia.

O outro foi mais importante, digamos assim. Estudamos juntos quando eu tinha 15 anos. 15 ANOS. Às vezes, eu tenho medo de pensar que já se passaram 10 anos.

Com 15, eu achava que minha vida seria totalmente diferente.

Ele foi o primeiro menino a me pedir em namoro e não aceitei. Não quis mesmo. Eu gostava de outro menino, que obviamente, não gostava de mim. Preferia as meninas mais populares da escola. Eu era meio nerd.

Ele era meio feio, meio nojento, meio mole, mas era legal. Não era a primeira vez que eu o tinha visto depois que terminamos a escola. Ele está bonito, mais magro, mais alto e continua o mesmo menino legal de sempre.
Eu sei que feio ou bonito é relativo e que isso é o que menos importa numa relação, mas não me arrependo.
Eu nunca quis e hj ele está noivo de uma menina mais velha. Ela merece o coração dele. Não eu.
Pensando nos dois, lembrei de que quase ficamos numa festa de amigo secreto, mas eu não quis, pq o menino que eu gostava estava ficando com uma menina na minha frente.
Não dava, milhares de coisas passavam em minha cabeça. Inclusive, tive uma vontade de sumir e nunca mais aparecer.
Lembrei de que quase ninguém foi na minha festa de 15 anos, mas foi a festa mais sensacional que eu tive.
Lembrei que minha vida era ouvir Britney Spears, Backstreet Boys e Five e não ter que me preocupar com mais nada.
Lembrei de que nós ficamos várias vezes de recuperação de Química e o quanto odiávamos o professor.
Lembrei que o Marcos Mion era a sensação do momento e que trocávamos fitas para assistir "Os Piores Clipes do Mundo".
Lembrei que eu tímida demais, a ponto de ficar conhecida como "Muda".
Seja com ela ou seja com ele, foi legal saber que eles estão bem e que a gente se encontrou no meio de um verdadeiro caos. É engraçado.
Mais de 10 anos se passaram e eu tenho a sensação de que eu ainda não fiz nada. As vezes, eu acho que não aproveitei muito ou que eu tenho a obrigação de fazer tudo agora.
Mas, pensando no que eu fiz, no que eu vivi, no que li, no que eu assisti, do que eu conheci, fiz mais do que muita gente.
Tenho medo de envelhecer, sim. Morro de medo. Mas, acho que é normal. Era gostoso, legal. Dá saudades e tristeza por saber que tudo isso não volta mais.
Tenho muitas coisas para serem contadas e relembradas. Por hora, acho que é isso mesmo.
Quem sabe, no silêncio do caos ou no barulho da quietude, eu não encontre mais pessoas que tiveram algum significado para mim, mesmo que insignificante? Elas só estão por aí. Prontas para me fazer refletir.

Love!
Carol Rossetto


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