sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mais um texto meu...

Longe de novo, eu sei. E nem posso prometer mais que eu vou aparecer por que vai ficar feio. Mas, enfim... Quem me conhece sabe que eu adoro uma bagunça e mais do que isso, AMO encontrar coisas antigas e que fizeram parte de mim em algum momento. Há alguns minutos atrás, resolvi matar minha vontade de comer pizza e fui ligar pra uma pizzaria que fazia muito tempo que eu não comia lá. Procurando pelo telefone numa agenda antiga, achei 2 papéis pequenos. Quando fui ver, era um texto meu, escrito em 2005 e que ficou perdido. Fiquei procurando por anos, até que eu desisti. E fui encontrar somente hoje, sem imaginar que um dia esse texto voltaria para as minhas mãos. Eu gosto muito dele e nem sei se é o melhor já escrito por mim, mas eu o acho muito engraçado.
Eu o escrevi numa tarde em que tava de "castigo". Fui acompanhar minha mãe na aula de pintura e eu sabia que levaria uma tarde inteira. Na primeira hora, eu só ficava escutando o papo de madames: tricô, crochê, faxina, Datena. Papo de donas de casa. Um verdadeiro tédio. Até que a cachorra da mulher cismou comigo. Era uma poodle meio branca/meio rosa que começou a latir sem parar. No fim, descobri que o que ela queria era carinho. Mas como dizer à ela que eu não tava a fim?
Só sei que nessa tarde tediosa, esse texto nasceu em "homenagem" a cachorra. Mas já adianto que nada tem haver com au-aus. Eis aí um desabafo de um cara apaixonado:




MEG


"Foi a primeira vez que a vi. Na praia com cinco amigas. Me apaixonei. Sim, foi amor à primeira vista. Achei que eu estivesse ficando louco, mas não, isso nunca tinha acontecido comigo e tive a certeza que isso se arrastaria para o resto de minha vida. Nunca vi uma coisa tão linda. Aí, me bateu o desespero: "Cara, e minha namorada que tinha ficado?".
À essa altura tinha virado ex. Nunca senti pela minha namorada o que eu começava a sentir por aquela garota. Aquela menina pequenininha, parecia tão frágil. Resolvi falar com ela e passei vergonha. Pô, tava a fim de ficar com ela. Putz, ela tinha 16 anos , só 16. Era uma criança para um cara de 26 como eu. As amigas dela dela começaram a rir. Me senti um idiota, meio que um tio dando bronca. Mas tudo o que eu pensei era que não queria perder essa chance. Joguei minha lábia e ficamos. Não só ficamos, mas prometemos nos ver assim que acabasse nossas férias.
Chegando em casa, descobri que Meg era a prima da minha namorada. Contei para ela que estava apaixonado como nunca tinha sido por ela. Ela não aceitou muito bem, mas não poderia fazer mais nada. De repente, me bateu uma loucura, fiz uma tatuagem nas costas com seu nome. Eu deveria estar ficando louco, mas nada poderia ser feito. Meg já era o centro da minha vida.
De repente, tive uma surpresa. Meg me ligou. Quase explodi de felicidade e nós combinamos de pegá-la na casa dela e sairmos para dar uma volta. Só sei que não via a hora de vê-la novamente. Só pensava naquela boca, naquele rosto, naquele corpo. Meu Deus, estava ficando louco. Só queria beijar Meg outra vez e me apressei. Saí com tanta pressa que esqueci o dinheiro e não deu para fazer nada. Ela estava linda e nos beijamos. Esquecemos que não poderíamos fazer mais nada naquela noite e nos beijamos sem parar. Mostrei minha tatuagem. Ela fez uma careta e não gostou. Mas não importava. Só fiz por causa da certeza de ela seria minha para todo o sempre. Eu a pedi em namoro e ela aceitou. Nos víamos todos os dias. Com 1 mês juntos, eu pedi a Meg em casamento. Era loucura, mas eu tinha certeza do que eu queria.
Se eu tinha certeza, ela não tinha tanta. Foi aí que ela resolveu se afastar e resolveu terminar comigo sem explicação nenhuma. Eu fiquei louco, quase morri. Ela não retornava minha ligações. Não entendi nada. Parei de comer, beber, não saía, emagreci quase 20 quilos. Não tinha mais vontade de fazer nada. Tentei de tudo para reconquistá-la e não deu certo. Foi quando eu me entreguei à bebida. Mas tentava não fazer isso por causa dela. Tinha a esperança de eu ainda a teria de volta. Tantos planos e sonhos jogados fora e ela não queria mais saber de mim. Se eu soubesse que eu poderia ser o culpado de tudo, eu daria um jeito e ficaria mais tranquilo. E o pior de tudo, foi quando eu soube que ela estava namorando de novo. Imaginei todo tipo de cara, mais forte, mais rico, mais bonito do que eu.
E então, um dia eu resolvi andar por aí, sem rumo e sem destino, até que eu a vi em uma praça. Aos beijos... com uma mulher!!!! Resolvi ir lá, conversar e tirar satisfações com ela. Ela ficou surpresa quando me viu e e assumiu para mim que ela era gay. Meu mundo caiu!!!! A mulher da minha vida... LÉSBICA!!!!
Tudo o que ela disse foi um sinto muito e que jamais queria ter me feito mal, mas que não estava feliz e que eu fui uma experiência nova em sua vida. Mas que não tinha gostado. Olhei para ela, aturdido e ela foi embora com um "se cuida". Eu não podia acreditar naquilo".




Pois é, a história não tem um final. Na hora em que eu ia terminar, a aula tinha acabado e minha mãe já estava arrumando as coisas para irmos embora. Eu poderia arranjar um final para ela, agora, nesse momento, mas acho que não teria muito a ver. Os pensamentos, o sincronismo, as ideias eram outros naquela época e eu não poderia colocar qualquer outro final. Um final que eu nem sei qual seria.


E então, gostaram?
Espero que sim!

Love!
Carol Rossetto